Com exames mais completos, quase indolores e menos invasivos, a medicina nuclear tem revolucionado os diagnósticos e o tratamento de diversas doenças com o uso dos radiofármacos. O composto é dividido em duas funções: o fármaco, que exerce uma função similar à substâncias que inserimos no nosso organismo; e o radionuclídeo, que emite radiação gama. Juntos eles formam um medicamento que contém material radioativo e que pode exercer diversas funções a depender do seu tipo, sem oferecer efeitos colaterais para o paciente.
Os principais métodos de diagnóstico por meio de radiofármacos são a cintilografia, que utiliza principalmente o Tecnécio 99m para exames da tireoide e para a cintilografia renal estática; e a Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons (PET-CT), que é mais utilizada na área da oncologia, para detecção de tumores através do radiofármaco fluordesoxiglicose, que contém fluor-18.
Nos exames cintilográficos, o metilenodifosfonato (MDP), marcado com tecnécio 99m é introduzido no corpo do paciente e o sistema ósseo, que tem bastante fluxo sanguíneo, capta esse radiofármacos. É aí que um equipamento chamado Gama Câmara entra em ação, traduzindo a radiação em sinais luminosos (cintilações) que permitem avaliar a situação do paciente. Dessa forma, é possível diagnosticar a metástase óssea, proveniente do câncer de próstata, entre outras doenças.
No caso do PET-CT, o material radioativo é ministrado de forma intravenosa e o radiofármaco se acumula na área do corpo a ser examinada. O aparelho de tomografia por emissão de pósitrons é sincronizado com tomógrafos computadorizados, que transformam a radiação emitida em imagens metabólicas combinadas com as anatômicas. No exame para detecção de tumores, por exemplo, o paciente recebe uma injeção intravenosa de glicose, marcada com um composto radioativo (flúor-18), que se distribui por todo o corpo. Os tumores malignos apresentam metabolismo mais acelerado e consomem mais glicose que os tecidos normais. Assim, o radiofármaco se concentra em maiores quantidades nos tecidos tumorais, possibilitando sua detecção, localização e até a determinação do seu tamanho.
Atualmente, 38 tipos desse medicamento são produzidos no Brasil. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, é o principal fabricante. Mas a produção também é feita em pelo menos mais 3 unidades: o IEN, no Rio de Janeiro; o CDTN, em Belo Horizonte; e o CRCN-NE, em Recife.
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