Previsão da prefeitura é soltar os mosquitos estéreis no 2º semestre de 2018 em três localidades da Zona Norte com alta incidência de casos de dengue, chikungunya e zika.
Recife vai usar mosquitos estéreis pra reduzir a população de Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika. A previsão é soltar os mosquitos estéreis no segundo semestre de 2018. Para avaliação da eficiência da tecnologia, três localidades da Zona Norte do Recife recebem a estratégia: Mangabeira, Morro da Conceição e Macaxeira, devido à alta incidência de casos de arboviroses, à demografia e à semelhança geográfica entre os locais. (VEJA VÍDEO ACIMA)
Em cinco meses, os mosquitos estéreis podem reduzir em até 80% a população do Aedes aegypti. A tecnologia chamou a atenção da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), que pretende adotar a novidade em outros países. Nesta quarta (21), o chinês Dazhu Yang, diretor da agência, veio à capital pernambucana para entregar um certificado de excelência pela tecnologia, que é pioneira entre as capitais do Brasil, segundo a prefeitura do Recife.
Apesar disso, ainda falta a liberação de verbas para o projeto pelo Ministério da Saúde. Os mosquitos estéreis já tinham sido soltos em Fernando de Noronha, reduzindo em 34% o número de ovos viáveis do Aedes aegypti.
Nas localidades do Recife que receberão os mosquitos estéreis, foram instaladas 58 armadilhas para o Aedes aegypti, chamadas de ovitrampas. Nestas, as fêmeas depositam os ovos, ajudando a definir as áreas prioritárias, que têm mais mosquitos.
“Nessa formação do embrião, existe uma incompatibilidade em que não se formam esses ovos. Eles não chegam nem a vingar quando são depositados nestes criadouros espalhados pela cidade. Se a gente pudesse dizer de uma forma bem clara, a gente poderia dizer que isto é o controle da natalidade aplicado aos insetos”, explicou Jair.
A biofábrica dos mosquitos estéreis fica em Juazeiro, na Bahia, e tem capacidade para produzir até 4 milhões de machos estéreis do Aedes aegypti por semana. Para tornarem-se estéreis, os mosquitos recebem doses de radiação, por isso também são chamados de mosquitos irradiados. A quantidade que vai ser solta nos bairros depende da infestação.
De acordo com o secretário de Saúde do Recife, Jaílson Correia, apesar do reforço no combate ao Aedes aegypti, a tecnologia não substitui as ações cotidianas de prevenção ao mosquito.
“É importante lembrar que as ações e as tecnologias disponíveis hoje não têm sido suficientes pra impedir as epidemias. Nós entendemos essa inovação como uma contribuição que pode ser útil e em outros lugares do mundo também. Qualquer nova intervenção é aliada ao combate, mas não substitui o trabalho que temos que ter com o cuidado com os criadouros e os focos de mosquitos, que podem estar, inclusive, dentro de casa”, explicou o secretário.
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